Lacieverso #18 || Hortênsias 8.1 - Desalento

Boas vindas. Eu sou Lacie, e deixe-me contar-lhe uma história. Escolher lanche e bebida.

Boas vindas, convidado! O calor está chegando a toda, não é mesmo? Hoje iremos para uma saída para a praia, e além de petiscos, temos sorvetes e picolés para todos os gostos! Além de soberts, para os intolerantes a lactose e milkshakes para quem quiser se arriscar de qualquer forma! Vamos aproveitar o calor e ouvir uma história. Eu sou Lacie, e deixe-me contar-lhe uma história.

Como estão? A vida anda batendo em mim, mas aos poucos, as coisas vão se acertando. Espero aos poucos voltar à minha rotina normal, e voltando com tudo ♥ Este mês de Novembro estou participando do NaNoWriMo, mas uma versão chamada NanoCLT que o @ehkoda propôs um Nano modo fácil para escritores que tem outro trabalho. 500 palavras por dia de semana, com finais de semana livres. Semana passada concluí todo os dias, então espero fazer o mesmo essa semana. Estou trabalhando no meu novo livro doravante apelidado de sync, e é uma obra que tenho ideia para escrever desde que comecei a escrever aos 11 anos. Tenho desenhos sobre a história que datam de 2003… É sobre um casal de amigos de infância que se apaixonam, mas um está destinado a matar o outro. É uma história sobre destino e paixão! Conforme escrevo, darei mais novidades, mas atualmente meu objetivo do NanoCLT é apenas que o par do protagonista apareça, e já temos 15k de palavras… Vai ficar enorme socorro.

Sem falar que essa semana tem lançamento do próprio koda! O padreverso ganha epub e pdf, além de ser possível comprá-lo na Amazon, mas ele ganha mais se vocês apoiarem ele pelo payhip! Venha curtir essa heresia vocês também ♥

Dito isso, o pessoal do Kaleidocosmik tem altos planos para o Inksgiving do Tapas. Vamos ver o que vocês acham…

Hortênsias

CAPÍTULO OITO

DOR DE AMOR

Nenhum dos dois soube quem se moveu primeiro. Mas esperamos o Sol nascer, como se o novo dia fosse renovar as esperanças, apagar as palavras da noite anterior. A tempestade em minha mente estava acalmada, mas o rastro de um meteoro ainda ousou sair.

— Alex, eu não acho que Dave estava mentindo.

Ele assentiu. Talvez ele estivesse pensando nisso a noite toda. Talvez, a vida inteira.

— Vou conversar com ele. Não se preocupe. Você já tem problemas demais, Jesse.

E ele afagou meus cabelos quando pousamos de volta ao número vinte e quatro da rua das Margaridas. Nosso voo tivera curta duração; o orvalho da manhã caía sobre a relva e entrava em meu corpo em pequenas adagas a cada centímetro de minha pele que não mais tinha contato com a de Alex. Todas as funções aprendidas com custo na infância esquecidas uma vez que ele estivesse por perto. Até minha respiração se tornava um ofegar fraco e singelo. Eu o olhava. E esperava.

Meus lábios formigavam, e esperavam.

Ele me notou. O Sol irradiou sobre seu olhar, o verde brilhando com intensidade sob o nascer e iluminando em todas as cores, branco. E eu soube. Naquele momento, eu soube. E esperei.

Ele veio até mim, e minha respiração ofegante falhou quando seus lábios vieram...

E encostaram-se em minha testa, em um toque singelo.

Simples.

Eu fechei os olhos, e tentei me concentrar naquilo. Era mais do que eu merecia. Era muito mais íntimo do que eu merecia. E, por hora, bastava. O sorriso que ele me dirigiu, meio tímido, meio corado, e bastava.

Céus, ele valia a pena.

Alex era o suficiente.

INTERLÚDIO

Seu olhar era infinito. O meu, repleto de cinzas. Sua voz estava na ponte de novo. Estávamos andando, e de repente, seus braços escorregaram de meus dedos, e eu corri. Corri por léguas, por milhas, por quilômetros. Corri até não ter mais fôlego, e foi quando agarrei sua mão que me dei conta de mim.

— Você me segurou, Alex.

Sua voz me trouxe de volta, com o toque frio de sua mão.

— Você não me deixou cair — repetiu. — Eu estou vivo.

Estava?

Então, por que as flores no meu peito não morriam? Por que cada respiração cortava a minha garganta e tornava tão difícil de te encarar? Minha visão marejava e você se tornava ondas de novo, e de novo, você caía.

Eu não soube quem disse:

— Você quer continuar?

Olhei em seus olhos. Por um momento, os atravessei. E por fim,

— Sim.

 

***

 

— A foda foi boa, huh?

Não seriam as provocações de Dave que acabariam com meu bom humor. Depois de sairmos do quarto, descemos as escadas e encontramos um Dave ainda sentado no sofá, com as pernas cruzadas, mas dormindo com o controle em mãos, o videogame ainda ligado. Eu sugeri brevemente tirar uma foto, mas Alex apenas riu, e o acordou. Dave pareceu agitado desde então.

Ainda estava cedo, e como nossa última refeição havia sido pipoca e doces, Alex se ofereceu para fazer algumas panquecas com ovos e bacon, para comermos com xarope de bordô que havia aparecido misteriosamente durante a noite.

Eu e Dave sentamos lado a lado nas banquetas da ilha no meio da cozinha. Os únicos sons eram do óleo chiando contra a carne e do tec tec frenético dos dedos de Dave sobre as teclas do celular. Meu olhar não deixava as costas largas de Alex quando o escritor ao meu lado finalmente gritou:

— Minha boa Senhora dos Sete Pecados, por favor, me crucifique agora mesmo.

Alex se virou no mesmo instante, sem saber o que fazer, a frigideira cheia de óleo ainda em punho. Eu arqueei uma sobrancelha, curioso. Eu notei que ele estava digitando algo em fúria, mas imaginei que fosse algo como uma história, ou algo parecido. Percebi logo de imediato que se tratava de um aplicativo de conversa. Um que eu utilizava muito para falar com...

Ah, falando nisso. Eu estivera ignorando meu telefone por tempo demais. Peguei o aparelho, e lá estava o que eu imaginara: várias e várias mensagens, todas do mesmo número. Algumas de minha irmã, mas a maioria da madrugada eram de Kurt. Bêbado, querendo uma foda, com certeza. Apenas vislumbrei algumas dela, vendo seu conteúdo.

Meh. Outra hora lidaria com isso. Minha noite havia sido infinitamente melhor do que seria se eu tivesse ido.

— O que foi, Dave? — Alex conseguiu desligar o fogo e colocar tudo em ordem antes de ligar com aquele incêndio em particular.

Já Dave era incapaz de formar uma fala coerente.

— Aaaaaaaaaaaaaerghhh — foi o grito gutural que escapou da garganta dele. E ele abaixou a cabeça, deixando o celular em cima da bancada, e colocou as mãos sobre o couro cabeludo.

— Dave, não se machuque — Alex alertou. — Você já não tem muito cabelo, para começar.

Só que o aviso pareceu deixá-lo pior.

— Aí não, agora vou ficar ainda mais feio... Como vou sair assim?

— Ir para onde, Dave?

Alex colocou as mãos sobre seus ombros, e imediatamente um vento frio soprou na cozinha. Mordi meu lábio inferior e tentei me concentrar em outra coisa. Passei o olhar pelas mensagens de Kurt de novo, pensando em como respondê-lo.

— Samuel me chamou para sair...

— Num encontro?! — A felicidade de Alex era genuína, se derramava em sua voz.

— Não. Bem, talvez. Ele perguntou se eu iria na reunião do grupo de escrita dele... Disse que eles ficam acordados a noite inteira escrevendo. É um dos principais eventos do mês. Eu nunca participei de nada parecido...

— Mas você não gostaria de ir?

Eu não reconhecia a minha voz. Meus olhos só estavam voltados para as mãos de Alex. As mãos de Alex sobre os ombros de Dave, o contato. Dave tremendo. Alex o segurando.

Por que ele estava o segurando?

— Claro que quero ir... Estou dois terços na escrita do meu livro... Acho que seria um bom incentivo.

Alex soltou uma risada, e liberou meu coração ao largar os ombros dele, voltando para a comida.

— Claro que passar a noite junto do seu namoradinho é a ideia máxima de um encontro romântico para Dave.

— Nem todos podem passar uma noite inteira abraçadinhos fazendo chucuchucu com seus amorzinhos. — Ele fez um muxoxo. — Eu quero passar mais tempo com ele, mas isso significa passar mais tempo com um monte de gente desconhecida também.

— Você não os conhece da internet?

— Conheço. Mas não é a mesma coisa, né?

— Não é? — Eu dei de ombros. — Eu encontro estranhos da internet o tempo todo.

Alex me dirigiu um olhar cheio de ciúmes e surpresa.

— Por causa do trabalho — apressei em responder. Não sabia por que tive que complementar aquela resposta com uma meia-verdade. Era por causa do trabalho. Mas na maior parte das vezes não acabávamos em negócios, e sim, na cama. Não era algo que ele precisava saber.

Ficamos em silêncio por tanto tempo que nem reparei que Alex finalizou as panquecas, o cheiro doce penetrando todo o meu ser.

— Bem, está decidido.

— Como assim? Eu irei?

— O que devemos fazer. Jesse, acho que temos um encontro esse final de semana também.

— Quê?!

— Dave, como participamos desse tal encontro com o grupo de escrita?

— Vocês querem mesmo?

— Lógico — brinquei. — Alguém tem que ser seu coach de namoro.

— Fale isso pro seu namorado.

— Eu sempre falo as coisas pro Alex.

— Então ele já é seu namorado? — meu irmão invadiu a cozinha. — Que bom, porque o cheiro é espetacular. Se for para acordar todos os dias assim, eu aprovo do relacionamento.

Meu rosto dizia tudo, e apesar das risadas direcionadas a minha pessoa, apenas busquei a mão de Alex sobre o balcão, e dessa vez, ele a aceitou, sorrindo discretamente.

Então estava tudo bem entre nós, e era aquilo que importava.

Aí, esse começo de capítulo é bem fofinho, pena que não dura. O oitavo capítulo é o maior de todos, então estou muito ansiosa para ouvir seus comentários, seja aqui no beehiiv quando no meu curiouscat, se preferirem anonimidade. Comentários são mais do que bem vindos! Alimente esta autora com biscoitos! Alternadamente, sempre estou online no Kaleidocosmik. Venham fazer parte dele!

Até semana que vem,

Lacie

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