Lacieverso #12 || Hortênsias 6.1 - Flor da Lua // +18

Boas vindas, convidado! O clima começa a amornar, e com isso, nossos passeios ao ar livre poderão voltar com força total. Que tal um piquenique no jardim de rosas, ou talvez irmos ao parque zoológico para vermos pandas vermelhos? De qualquer forma, estaremos sempre juntos. Para o nosso passeio, estou levando sucos e chá gelados, além de pequenos canapés e sanduíches naturais para aproveitarmos bem o dia lá fora. Não se esqueça de se hidratar! Eu sou Lacie, e deixe-me contar-lhe uma história.

Como estão vocês? O capítulo de hoje demanda um pouco mais de calor, mas estamos chegando à metade da história! Espero que estejam gostando deste pequeno conto.

Eu já iniciei o novo livro — aquele que virá em seguida, embora estou bem na parte do planejamento… espero ver uma luz no fim do túnel em breve e apenas escrever. Trarei mais novidades ™️ em breve!!

Enquanto isso, o pequeno jabá de sempre das amizades!

  • Ainda dá tempo de apoiar o Levi com o catarse dele de Eros, a parte safadeenha do PillowTalks! Só para maiores de dezoito anos, viu!!

  • A Sayuritake está com o catarse finalizando da comic dela de O Ladrão de Mundos, e bateu 100% ontem!! É uma comic linda feita com muito esmero, então super recomendo.

  • A minha amiga Bunnat acabou de lançar o catarse dela para sua primeira comic, O único que ele ama, e bateu 100% nos primeiros dois dias!! Fiquem atentos para as metas extendidas!

  • E meus amigos May e Sol lançaram o conto Dragões de vidro não podem nadar e estou apaixonadíssima no Danxia e no Rúbio (mais neste aqui porque amo gados!!). Super recomendo a leitura!

Dito isto, vamos à história.

Hortênsias

CAPÍTULO SEIS

FLOR DA LUA

Eu já havia passado alguns finais de semana na cama, mas não um tão literalmente. Apesar da clara demarcação de limites — sem beijos envolvidos —, foi a primeira vez que fui acordado de maneira tão... insistente. Meus sonhos se moveram em formato de luzes, com a sensação de algo molhado, e brevemente senti que mãos exploravam meu corpo, e ao abrir os olhos, azul-celeste me encontrou, desesperado e faminto.

— Alex... — você gemeu para mim. Ainda na penumbra, com a noite se tornando dia, e termos dormido tão próximos, aquele calor não me era estranho, mas suas mãos se moviam sobre o cós da minha cueca, polegares envolvendo meu pau que acordara antes de mim. Notei o arfar de sua respiração, que se confundia com a minha. — Por favor, eu tô tão duro...

Bem, você não precisava falar mais nada.

Minhas mãos tomaram o controle, com as suas indo envolver meu pescoço, apertando-o de leve, e eu juntando a sua carne com a minha, o calor de seu pré-gozo esquentando ao se derramar sobre mim. Não sabia como poderia ficar mais duro, e usando o polegar para provocar-lhe com a unha em sua glande, você soltou um longo gemido que me assombraria por anos. Você se apertou contra mim, minhas pernas entre as suas, enquanto o movimentar de cima para baixo nos enlouquecia.

Você escondeu seu rosto contra meu ombro, seu hálito molhando minha pele a cada arfar. — Aqui — gemeu, segurando a minha outra mão e o guiando para sua bunda. — Me toque aqui.

Agarrei sua carne com força, sentindo o seu desespero. Seus gemidos saíam como pequenos soluços a cada ação e eu mordi meu próprio lábio. A visão que eu tinha sua, os ombros corados, o pequeno tremular de sua pele... Eu poderia gozar somente por lhe olhar.

— Aqui... — era insistente seu chamado, mas...

— Desculpa, não tenho lubrificante aqui, não quero lhe machucar.

— Não precisa. Por favor, Alex.

Você implorou, e eu apenas atendi. Um desejo sobrenatural surgindo e voltei minha mão brevemente para meus lábios, lambendo meus dedos para que houvesse alguma lubrificação nesse sentido. Seu olhar desesperado me acompanhou, e pegando meus dedos, você também os trouxe à boca, sugando-os com vontade.

— Pronto.

— Jesse... — arfei.

Guiou minha mão de volta para sua entrada, e atendi mais uma vez. Sempre que quisesse algo, eu certamente atenderia até mimá-lo irremediavelmente. Adentrei seu corpo, estranhando a facilidade. Não havia muita resistência, e em pouco tempo eu já estava por completo em seu interior, movendo dois dedos dentro de você. O apertar de suas mãos marcavam minha pele com manchas vermelhas e roxas, e seus gemidos certamente seriam um tópico de conversa entre os vizinhos na manhã seguinte. Eu continuei a mover nossos membros em conjunto, ao mesmo tempo de meus dedos em seu interior, e embora a pose fosse um pouco improvisada e sem jeito, o modo que sua boca derramava suspiros era tal qual uma orquestra tecendo uma bela música. Perdi-me em você — pela primeira vez, e por completo. No mar de possibilidades, eu não estaria em qualquer outro lugar, e meus outros eus certamente estariam com inveja de mim neste momento.

— Jesse...

— Mais rápido... — Seus olhos fechados, seu rosto corado, uma pintura em meu coração. Meus suspiros ecoando naquela sinfonia, e quando mar azul me encontrou, fui completamente arrebatado.

A música de suspiros tornou-se áspera de respirações rasas, enquanto sentia minha semente se misturar com a sua. Você voltou a se vestir, assim como eu, mas encontrou ninho nos meus braços, apesar da sujeira.

— Tudo bem? — perguntei.

— Tem algum problema?

— Não, é só que não posso dizer que acordei dessa forma várias vezes na minha vida.

Você soltou uma risada baixa, e apenas se aconchegou, seu nariz gelado tocando a base do meu pescoço, um encaixe perfeito. Ficou alguns minutos em silêncio, enquanto a noite desembocava no dia, e achei que simplesmente apagara, meu próprio sono avançando os meus olhos como ondas. Mas sua voz clara me atingiu, e acordei mais uma vez.

— Eu só não consegui dormir.

— Está tudo bem? — A preocupação me subiu à mente, apesar da sensação que deveria estar tão cansado quanto eu.

— Perfeito. Eu só fiquei excitado demais. Não se preocupe, garotão. — Senti seus lábios contra minha pele, e fechei os olhos. Era a primeira vez que me sentia dessa forma, tão... vivo. Era uma sensação completamente nova, e queria aproveitá-la ao máximo. Mas ainda assim, com você em meus braços, abracei mais uma vez a inconsciência.

O final de semana estava apenas começando.

 

***

 

Passamos o Sábado na cama, com apenas algumas pausas para comer e bem... Alguma outra forma de comida. Você podia ser baixinho, mas tinha uma energia fora do comum. Entre descansos e refeições, peguei meu caderno de desenhos e esbocei várias imagens, completando com sucesso uma das tarefas do semestre que era encher um caderno de figuras humanas aleatórias. Tudo bem só haver uma pessoa, além de Dave, não era? Havia algo nas suas formas, nas linhas que traçavam seu sorriso que eu apenas queria desvendar.

Com meu empenho, as linhas do lápis de carvão preencheram mais uma sombra, e encarei seu rosto, a bela adormecida de meus traços, quando notei que seus olhos estava abertos, e pequenas covinhas emoldurando seu sorriso.

— Vai ficar me desenhando assim, de pau duro?

Eu nem notara o meu estado de excitação, tamanho meu fascínio. As roupas tinham sido abandonadas em algum momento — a pedido seu —, e uma vez que as cortinas foram baixadas, não havia problema algum. Meu pau pulsava, mas eu não tinha necessidade de me satisfazer, apesar da sua primeira atitude foi se mover contra mim, sua pele encontrando a minha, sua mão tomando conta da minha excitação.

— Deixe-me cuidar disso.

— Difícil negar um pedido desses — brinquei. — Especialmente com o que tem em mãos.

— Mercadoria preciosa, huh? — você continuou, mas ao invés de responder a pergunta ou continuar as provocações, sua cabeça se abaixou e seus lábios tocaram minha glande, para então tomá-lo por completo na boca.

Qualquer resposta que eu poderia elaborar fora esquecida no mesmo segundo.

— Puta merda, Jesse... — Ao mesmo tempo que meus dedos buscaram seus fios dourados, segurando sua cabeça contra os movimentos da sua língua contra a minha glande. Parecia ter bastante experiência naquilo, e eu me sentia bem mais enferrujado. Não era mais virgem e tive minha cota de aventuras durante a adolescência, mas você era um verdadeiro furacão, devorando e engolindo tudo o que se passa, o que aparentemente incluía o meu gozo em seu interior. — Hnn... — gemi contra o corpo dele, pressionando ainda mais os fios contra minha mão, puxando-os de leve enquanto puxava sua cabeça contra mim. Aos poucos a loucura foi aumentando, e eu não sabia mais onde começava e Jesse se seguia. Quando gozei em sua boca, o líquido preencheu sua boca, escorrendo levemente de seus lábios, que apenas usou a língua para contê-los e engolir.

Arfando, eu não sabia mais o que fazer, ou o que sentir. Você, no entanto, se sentou na cama, e começou a procurar suas roupas.

— Hm? — Quando recobrei parte da minha consciência, vi-o tirar o celular do carregador e arrumar suas roupas em um montinho em cima da cama. — O quê...?

— Preciso ir.

— Já?

Nunca esquecerei da sua risada preciosa, volvendo olhos divertidos para mim.

— Nada contra dormir aqui, ruivinho, mas não posso aparecer no trabalho com a mesma roupa dois dias seguidos. Tenho aulas durante a semana, mesmo que não seja para a sua turma. De qualquer forma, preciso voltar para casa de vez em quando também.

Mas antes de entrar no banheiro, soprou um beijo para mim.

— Mas posso voltar na segunda, se sentir tanta minha falta assim.

Não sei porque esperava outra coisa, visto que ele não parecia ser alguém de se apegar a outrem tão facilmente. A pessoa que preferia meter meu pau em sua garganta a me beijar — era alguém bastante peculiar. Talvez eu não devesse me apegar. Talvez eu devesse acabar com tudo bem ali, e passar a ignorar as mensagens dele.

Mas no fundo, seria impossível. Eu prometera, não foi? Que estaria sempre presente para quando ele precisasse. Poderia ligar a qualquer hora e a qualquer momento, e eu estaria lá.

Eu que guardasse meu coração em um lugar seguro, porque a sensação que eu tinha desde o nosso encontro na ponte foi que você me arruinaria por completo, Jesse. Fosse para mim mesmo ou para qualquer outra pessoa, nosso encontro tinha toques de Destino escrito.

De uma forma ou de outra, eu estava perdido.

Me levantei, indo em sua direção, meu peito contra as suas costas. Seus ombros tremeram ante ao toque das minhas mãos geladas, e joguei um desejo contra a tatuagem de hortênsias em suas costas ao baixar meu olhar até elas. Volte mesmo, pedi.

— Hm? Vai tomar banho comigo?

Meu sorriso veio fácil, assim como suas mãos em minha bunda.

— O que eu não faço por você, Jesse?

 

***

 

Meu celular me acordou por causa da quantidade de vibrações. O cansaço em meus ossos tinha me alcançado enquanto eu andava pela rua das Margaridas, e assim que cheguei a meu quarto, me joguei na cama, cansado, suado e ainda cheirando a sexo, apagando por completo. Mas aquelas mensagens... Aparentemente, alguém lembrou da minha existência.

Revirei os olhos, checando o teor. A quantidade de erros gramaticais e o fato de serem três da manhã denunciavam que Kurt chegara bêbado e com tesão em casa. Irônico ele só se lembrar de mim nessas horas, e não quando eu precisei dele no Halloween. Agora que tinha o ignorado a semana inteira, ele me chamava com insistência. Era o mesmo ciclo vicioso. Eu arranjava alguém, Kurt aparecia. Eu dava o pé na bunda dessa pessoa para ir atrás de Kurt, Kurt misteriosamente arranjava outra pessoa e me dava um chá de sumiço. Aí eu voltava a procurar alguém, reiniciando o ciclo.

Kurt Durand era, para todos os efeitos, meu vizinho. Mesma situação familiar: pais separados, pai ficou com a casa, a mãe foi com o marido rico e o abandonou com o pai ausente. Isso lhe deu muito tempo livre, e uma janela com uma tubulação bem fixa. Somado a isso, e dois rapazes na puberdade, só podia dar um mar de confusões.

O quarto de Kurt sempre foi meu alento quando eu precisava escapar de algum problema em casa. Ele pintara as paredes de preto em um arroubo da adolescência, e agora mantinha a cor apenas por orgulho: nem mais emo nem rock, eu sabia que a playlist do Spotify de Kurt continha artistas como Demi Lovato e Taylor Swift. Eu o conhecia tão bem quanto a palma da minha própria mão, portanto sabia o quão não confiável ele era.

— Completamente insuportável… — As mensagens não paravam de vir.

Kurt queria alguma coisa. Atualmente ele só mandava mensagem quando precisava muito de mim. Ou queria uma foda, mas desde o último boy dele, ele vinha me evitando como a peste negra. O que era ruim para mim, porque os únicos lugares onde eu podia ter um pouco de refúgio costumavam ser o meu quarto, ou o quarto dele. E até mesmo as minhas paredes me sufocavam aos poucos. Às vezes eu precisava do ar que ele me dava.

Só que ele vinha e ia quando queria. E eu tinha que respeitar isso.

Menos quando ele era um babaca de marca maior.

— Mas que merda… — eu disse, por fim, e peguei o celular da cômoda.

Foi então que notei o horário. Eu havia apagara por volta das sete da noite, com pensamentos nada santos sobre um certo ruivo e mãos calorosas, e se eram mais do que três da madrugada, eu era um duende. Apesar das poucas horas de sono, eu não me sentia nem um pouco descansado. Somado às evidências, eu soube de imediato o que Kurt queria àquela hora.

Suspirei, lendo o conteúdo das mensagens. Dava para notar pelas palavras porcamente espaçadas e pelos erros de grafia o quanto de álcool estava em seu sangue. Kurt só fodia ébrio. E não era lá uma foda muito carismática, também. Atualmente, eu tinha uma opção melhor. As mãos de Alex ainda percorriam meu corpo, e eu estava completamente duro. Ao mesmo tempo, usar minhas mãos para lidar com o problema empalidecia ante a coisa real.

Dei de ombros, e fui calçar meus sapatos. Uma foda a mais poderia me ajudar a dormir. Kurt conseguira me acordar. Peguei o par jogado de qualquer jeito ao chão, e nem cogitei sair pela porta da frente. Não sabia se Nama estava em casa, mas eu tinha total certeza de que meu irmão estaria em seu quarto, e o caminho para a porta principal passava pelo dele. Dar de encontro com meu irmão gêmeo naquele estado seria a última gota para meu suicídio iminente.

— Tsc… — reclamei, analisando a janela. Minha única opção.

Eu já tinha saído pela janela, e voltado por ela, algumas vezes. Nama já havia me dito para não o fazer, no mesmo tom professoral que pedia para que eu desistisse da profissão de modelo vivo, mas como a maioria das coisas que Nama falava, eu ignorei seu pedido. Era uma altura considerável, já que o meu quarto ficava no segundo andar. Mas quem disse que eu me importava se algum dia eu me esborrachasse no chão?

— Talvez fosse até melhor… — ecoei os pensamentos mais profundos.

De qualquer modo, eu peguei meus tênis e os calcei, já que eles serviriam de apoio melhor na tubulação do que meus pés descalços ou com apenas meias. A tubulação daquela casa era velha e rangia conforme eu descia por ela, fazendo com que meu coração desse um mini ataque cardíaco a cada vez que eu descesse, mas apenas xinguei Kurt por me forçar a sair e uma vez no chão, eu corri para o final da rua.

O número 12 da rua das Margaridas era uma parte calma do subúrbio. Era uma rua pacata, onde viviam famílias quebradas. A maioria era divorciada, no número treze vivia um rapaz de meia-idade cuja alcunha para todas as crianças era de bruxa, e no Halloween, ele fazia questão de se vestir como tal. Ainda assim, o maior escândalo daquela rua ainda estava para acontecer.

Porque eu sabia, desde o dia em que nossos pais nos trouxeram envoltos em panos de hospital, ainda recém-nascidos, que eu não iria sobreviver ao número onze da rua das Margaridas.

A casa era sorumbática, à noite. Às vezes, eu vinha observá-la. O quarto de Chase continuava lá, assim como o meu. Uma pequena luz azul vinha do quarto de Hayley, e eu sabia que era porque minha meia-irmã não conseguia dormir completamente no escuro, e precisava sempre de uma luz-guia para acalentar o sono. Eu me perguntava se aquela estrela solitária um dia se apagaria.

Fiquei alguns momentos observando a casa que um dia foi o meu lar. Eu sabia que poderia parecer estranho: afinal, eu era uma sombra de gente, de moletom e capuz, observando às três da madrugada uma casa de uma família de bem, mas não conseguia evitar. Era uma ânsia tão forte, de ter algo que não se podia obter, que me fechava a garganta.

Uma pequena estrela se acendeu.

E outra, mais forte.

As luzes da casa se acenderam.

— Merda — murmurei.

Corri em direção ao gramado do número doze, sabendo o caminho a seguir para escapar.

— Jesse? — ouvi a voz sussurrada de Kurt. — Merda, o que você está fazendo?

— Abre a porta para mim! — sussurrei, urgente, de volta.

— Quê? Não! — ele abriu a janela, chamando-me com a mão. — Sobe por aqui!

— Cê tá louco?!

— Sobe!

A movimentação na casa onze ainda era muita, mas eu não tinha muito tempo, então fiz o que me foi mandado: comecei a escalar a tubulação da casa de Kurt, e quando passei por sua janela, ele me agarrou, puxando-me com o peso do seu corpo para dentro do seu quarto.

O desgraçado estava rindo de se acabar, é claro.

— Caralho, Jesse… — ele me puxou mais um pouco. — Cê devia ter visto sua cara.

— Seu filho da puta....

— Epa, epa, eu não xingo a Dona Nama, e você não xinga a dona Karen. — Karen era a madrasta dele. A terceira que ficou. — Não tínhamos esse acordo?

— Você me manda um monte de mensagens a essa hora…

— Achei que esse era outro acordo nosso. — Como eu queria dar um soco naquele sorriso maldito.

— Você diz isso, mas me larga por outro boy quando dá na telha.

Kurt não disse nada, apenas me puxou para um beijo. Não correspondi, sentindo o seu bafo de álcool, mas me encaixei em seus braços, sentindo o conforto familiar de seu corpo, já que conhecia suas curvas muito bem. Ele não trajava nada mais do que uma cueca boxer preta, o que facilitava sentir sua ereção já despontante, então eu sabia que ele não desistiria tão fácil.

Não que eu fosse a pessoa mais difícil do mundo…

— Vamos, Jesse — ele mordiscou meu lábio inferior, me provocando. — Eu sei que você quer.

E eu queria?

Bem, eu não não queria.

Era melhor que nada.

— Seu idiota completo. — E foi o suficiente para que eu começasse a tirar meu moletom, e com eles, as minhas roupas.

 

***

 

O toque dele sempre era rápido, eficiente, e em muitas ocasiões, indolor. Quase mecânico, com suas mãos frias que pareciam cobrir meu corpo inteiro com apenas o menor dos toques. Mas suas mãos eram largas e pareciam cobrir o meu corpo inteiro, e assim, me faziam olvidar que um dia, eu estive prestes a queimar. Eu implodia por inteiro em seus braços e me desfazia, para então me reconstruir aos poucos. E assim, eu emergia, vitorioso, um pouco mais suado, mas então, são.

 

***

 

— Quem é o da vez?

A fumaça do cigarro nos envolvia, enquanto meu corpo ainda se recuperava dos orgasmos. Kurt era fumante, lógico que era, apesar da mãe detestar aquele hábito. Logo, ele o escondia. Apenas ficava ali, na cama, depois de fodermos, enquanto o sol ameaçava nascer nas primeiras horas do dia. Estava com muita preguiça de me levantar e pegar as minhas roupas espalhadas, e com uma réstia de esperança de que repetiríamos o ato. Mas alas, o tempo.

— Por que tem que ter um “da vez”?

— Você está com a mesma cara de peixe morto apaixonada de sempre.

— Não estou apaixonado.

— Conta outra.

Aquilo era encheção de saco suficiente. Eu não iria aturar mais uma crise de ciúmes por uma relação pela metade como aquela. Levantei-me de supetão, ignorando o cansaço do meu corpo, e comecei a procurar as minhas roupas.

— Jesse…

Ele segurou meu braço, me impedindo de sair da cama. Eu conhecia aquilo. Era um vício ao qual estava acostumado.

Só que era difícil recusar o calor quando você estava prestes a adentrar o frio do universo.

Virei-me para ele, esperando.

esperando, esperança, esperando

Cometas azuis e castanhos se encontraram. Colidiram. Um milhão de palavras não ditas.

— Tome cuidado com o buraco que você está se enfiando.

Mais uma decepção. Sentimentos e Kurt não combinavam.

— Hm. — Ele me soltou. Ele não me impediria de tomar as minhas decisões, nem me impediria de quebrar a cara. Porque no fim, ele achava

sabia

que eu voltaria para ele.

Ele se encostou de novo em seus travesseiros, e tragou seu último cigarro.

— Ou ele se enfiando no seu buraco, é mais provável… — riu.

Revirei os olhos.

— Vai se foder.

— Adoro quando você fica bravinho assim. Volte depois. Você sabe que só tem a mim, no final das contas.

Eu olhei para ele, ainda nu em cima de sua cama, e o corpo delgado que mostrava as marcas do que fizemos. Indeléveis. Inegáveis. Inexistentes.

Eu estava preso naquele ciclo.

Pulei a janela.

Gente, sou eu ou o clima ficou quente? Embora comece a esfriar de novo… Estou ansiosa para ouvir seus comentários, seja aqui no beehiiv quando no meu curiouscat, se preferirem anonimidade. Comentários são mais do que bem vindos! Alimente esta autora com biscoitos! Alternadamente, sempre estou online no Kaleidocosmik. Venham fazer parte dele!

Até semana que vem,

Lacie

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