Lacieverso #1 || Hortênsias 1 - Uma Conversa Em Maio

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Olá! Espero que esteja bem. Sinta-se à vontade para pegar um docinho da mesa, temos várias opções desde macarons com recheio de baunilha à tortinhas de amora. Em algum lugar deve ter pão delícia, e se nunca provou, deveria! O chá será servido daqui a pouco.

Enfim, começamos nossa festa de chá.

Eu sou sua anfitriã, Lacie. Uma escritora desde que se entende por gente, um furacão de palavras procurando calmaria. Mas não se preocupe, nenhum tempo ruim arruinará nossa festa. Convidei-te para uma festa de chá nesta maravilhosa hora dourada para contar histórias.

O Lacieverso é o universo em que todas as minhas histórias residem, cada mundo uma fábula. Acredito que em um universo próximo irei trazer pequenos teasers das histórias, mas no momento, há uma que grita para ser ouvida.

O que é Hortênsias?

É uma história que nasceu em 2008, sendo uma fanfic de um jogo. A sinopse é:

Alex Morris perdeu a aposta que mudaria tudo. Caminhando para casa em meio a chuva mais fria de Novembro, ele tem um encontro inesperado. Apenas um idiota como ele estaria na rua a essa hora da madrugada, mas ele não está só. Encontrar um estranho de pé no parapeito de uma ponte já é raro, mas levá-lo para sua casa não seria um pouco demais?

As tags dela seriam: angst, drama, tentativa e ideações de suicídio, relação codependente, conteúdo sexual.

(Nunca disse que eram histórias leves).

Sente-se em uma cadeira, ou na grama, com suas bebidas e docinhos. O chá está servido, e uma história urge.

Enfim, começa.

Hortênsias

CAPÍTULO UM

UMA CONVERSA EM MAIO

Eu vi você cair. Diversas e diversas vezes, contra um céu de estrelas flutuantes. Suas mãos buscavam o vazio e alcançavam as imagens refletidas das folhas de outono. Seu corpo atingia as águas geladas e seu fôlego, roubado pela correnteza.

Eu vi você cair.

Demoraria para acharem você, eu pensava ao acordar. Seu rosto pálido e arroxeado provaria que não foi o frio de Novembro que matou você. Não, fomos nós.

Fomos todos nós.

Admito que a realidade me assombra mais do que os sonhos. A ignorância não é uma benção. Por muito tempo, quis penetrar os segredos de sua mente, tentar entrar em seu imo e permanecer lá, aquecendo-me junto à sua solidão. E no embalo de seu frêmito, entendê-lo por inteiro.

Num abrir de olhos o mar me encontra do lado frio de minha cama, azul gelo cortando tudo que vejo.

— Você me culpa? — sussurrei para a escuridão, quebrada pelos primeiros raios daquela manhã fria de Maio.

Sua falta de resposta doeu mais que uma afirmativa. Apenas olhos azuis, os quais eu tanto amava, me encararam de volta. Você veio até mim na escuridão do quarto, sentou-se em minha cama e apenas esperou.

— Você se lembra?

Sim, as imagens frescas como o sangue em minhas mãos. As memórias ecoavam pela catedral de meu coração e ressoavam no altar que ergui para você. Melodias singelas clamando de erros e meias verdades. Sua voz sussurrava clemências enquanto a minha gritava para ser compreendida. A canção da dúvida se propagava pela abadia, entoando palavras de salvação. Quem foi o culpado? Você, por decidir, ou eu, por levá-lo a isso? Há muito que eu queria ter dito e feito, mas agora, só me restam os sonhos.

E um desejo.

Mas isso, eu já acho impossível.

Espero que tenham gostado. O primeiro capítulo é curto, mas apreciaria se deixassem um comentário no beehiiv ou no meu curiouscat, se preferirem anonimidade.

Até semana que vem,

Lacie

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